quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Don´t let me be misunderstood.

Quando o dia pede abraços, carinhos, você, você. Quando o dia é mais uma das datas que tenho em mente sempre ao acordar. Quando o dia é hoje, mas poderia ter sido ontem e daria igual. Quando o dia está ensolarado e você insiste em usar preto e eu azul, sei que algo não está bem. Sei que algo está errado há tempos. E talvez seja comigo. Ou com você. Mas talvez seja comigo mesmo. Meu coração anda fora de lugar e, mesmo sendo tão clichê, é o que tem ocorrido. Você some. E meu coração, não sei, decide conhecer outras bandas. Talvez não seja justo, talvez não seja honesto. Mas, veja bem: você some. E sei que isso pode não justificar tudo. Quando o dia pede sua presença, por meio de lembranças ou cartas, não sei onde está você. Algo não vai bem, sei disso. Agora, enquanto escrevo isso, sei que em breve você não estará em casa. E antes de escrever isso, ouvi gritos no lugar de dengos. Algo não vai bem, sei disso. E o problema é comigo? Yo creo, corazón, que estoy muy lejos ahora.

Mas não me entenda mal.

domingo, 27 de setembro de 2009

Absurdidades.

E foi o que ela disse. E era sábado à noite e a descrição se encaixava perfeitamente. Essa noite, esse sábado, essa festa. Absurdidades. Não poderia encontrar uma palavra que melhor descrevesse o que sinto esses dias: sábado à noite, via de regra, é um dia de absurdidades muitas. Há algo além da compreensão do meu horóscopo que transforma esse dia em algo impossível de prever. Há algo que não me espera. Entre uma música e outra, há algo que acontece: ultrapassa os sentidos, desespera. E, depois de um tempo, chama por mim. Esse mesmo algo que eu não vi. Não antes. Não depois. Um durante incalculável de um relógio parado. É nesse instante em que me deparo com absurdidades. E sou obrigada a aceitá-las, dentro do limite do imprevisto.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Perdões mil.

E culpado é uma palavra tão forte para dizer. Para dizer:

Eu não queria. Juro. Quando disse o que disse, quando pensei o que pensei ou senti o que senti, não era o que queria. E juro. É saber que não pude controlar nem meus dedos nem pensamentos, nem meus olhares, nem minhas fugas. Era noite, era dia, era você, a todo momento. E isso é tão piegas quanto dizer que te esquecerei esse final de semana, que não farei carinho nos seus cabelos, que não vou olhar seu sorriso até fotografá-lo e tê-lo memória eterna. E seu sorriso, e seu sorriso. Seu sorriso existe no quando que espero durante as manhãs. Existe quando silencio, porque só esse mesmo sorriso me emudece. E sei que não devo dizer isso, que não devo...Alguma coisa diz que nada devo. Nem a ninguém, nem a ninguém. E penso que é domingo, que há uma espera entre o dia santo e entre os dias que te vejo. E te ver todo dia é ainda esperar. Uma espera grande, enorme. Tamanho de cada abraço. Tamanho pequenino. De caber no meu peito ou em um frasco. E eu não queria, juro. Ter em mim algo desse jeito, tanto sentimento e tanto absurdo.
Então: olhei para os lados, olhei para frente, olhei para dentro, olhei para você.
E desisti de tudo. E esqueci de tudo.
Porque é melhor assim.
E me sinto tão boba, tão boba.

Enfim.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Before I knew

"Oh,
it was the first time I fell in love
the first time I felt my heart
it was the first time I sang out loud all through the night
but before I knew I was lost,
before I knew I was a prisioner
and I still can't find a way to make it right"


Basia Bulat.


Socorro, meu bem.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O que diria a mim, tempo, se te dissesse que isso não vai passar. O que diria a ele, tempo, se soubesse que há um tempo só faço esperar. E o tempo, tempo, que não anda, que não corre, que demora, que é tempo danado, que faz anos, que faz horas.
Ai, que tempo mais agoniado!

Passa logo, tempo.
Que preciso ir embora.

sábado, 19 de setembro de 2009

Atravesso esse sertão
de ventanias e perigos.
Vejo tanto, coração,
por todo canto:
há sertão
há sertão
e nenhum
abrigo.

Tudo que desejo
é alguém líquido que,
depois da calmaria,
desacelere o meu ritmo.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Não quero você hipertexto,link para uma realidade com erro na página. Não quero você palavras calculadas, timidez disfarçada, materialização do virtual. Não quero você pixels, megabites, html de um layout inacabado.

Quero você real: assim fica explicado.
No se puede cambiar las fechas o los nombres de los muertos, dicen las viajs de mi calle. No creo en nada que me digan. Mienten siempre - casi nunca veo conejos en sus casa. Y los conejos blancos traen suerte, todos los saben. Año pasado, mi madre murió de soledad. Vivía sola. Un pajáro rojo me ha dicho que ella hacía té de rosas toda noche después de ver un película triste. Y llovia siempre que la visitaba. Desde su muerte, he escrito nombres en la pared de mi cuarto. Nombres de mujeres rubias. Mi madre se llamava Julia, pero ayer ya se llamó Maria. La semana pasada yo la he llamado Pilar. Las fechas de su muerte cambian como la luna o los colores de mis ojos: la primavera es la mejor época para morir, creo yo. La verdad es que mi madre murió en abril, pero prefiero pensar que murió en junio, para que viva un poco más. El pájaro rojo tambiém vive conmigo ahora. Hoy mi madre se llama Luiza y el pájaro llora en sus cenizas mientras yo tomo un té de rosas con las viejas de mi calle.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Era Sol, era terra, era vento, era cedo, era você. Havia um caminho. Ou dois. Ou três.
E assim seguíamos. E não tinha mais importância: dá igual, dá igual. E sua mão.
E a hora. E o tempo. E o tempo...

Era Sol, era cedo: é você.

E não sabia o que fazer com isso.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Você ainda é pequenino:
eu, menina,
tu, menino.
Você é ainda é calado,
um tanto quanto tímido:
eu falo para você,
querido.
E se ainda não te sufoquei
de abraços, de desassossegos,
é porque ainda não capturei
o sorriso além do silêncio.
Seus versos, menino,
são enormes em mim.
Você, pequenino.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

E quando disse o que disse, acendi uma vela de aroma antigo e escrevi cartas para você. E quando disquei aquele número, o telefone não mais existia e algo não me caía bem. E quando cheguei em casa, algo havia desaparecido. E eu já não estava mais lá.

domingo, 6 de setembro de 2009

Hiperbólica

Sem saber,
provoquei enchentes
em mares calmos.
Lancei profecias
a sete ventos.
Palavras demais,
abraços demais,
sorrisos demais.
Tudo me sobra,
tudo me excede,
tudo em mim
transborda.
E, quando calo,
é o silêncio que
me falta.