segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Bom (re)começo.

Toda segunda-feira milhares de pessoas - em especial mulheres - começam uma dieta.
Talvez considerem esse dia uma espécie de marco zero e - por coincidência ou não - acabem chegando até a próxima segunda-feira sem perder nada além de zero quilos.
Toda segunda-feira milhares de pessoas reclamam por ter que acordar cedo e continuam reclamando pelo resto da semana. Nisso, a segunda-feira não tem mérito algum.
Toda segunda-feira centenas de pessoas acordam para o trabalho com ressaca, ouvem fielmente ao mesmo programa de rádio, tomam café preto com pão da noite passada, param em mais sinaleiras vermelhas quando estão mais atrasadas, olham para a janela do escritório e desejam estar na praia e outras coisas tão triviais.

Mas nem toda segunda-feira seu ônibus te espera - e não o contrário - no ponto, com um cobrador sorridente, de um milagroso bom-humor, que responde ao seu bom-dia e pergunta como você está. E mesmo que você esteja terrivelmente mal, você não consegue dizer isso porque, apesar da passagem de ônibus ter aumentado dez centavos, você se sente agradecido
por ter um lugar para sentar quando começa a chover. Também posso dizer que nem toda segunda-feira temos a sorte de caminhar pela Vitória enquanto faz um frio agradável, ao invés do calor escaldante dos últimos tempos. E apesar de parar em cada esquina para brincar com os cachorrinhos das madames, nem toda segunda-feira é dia de atraso. E posso dizer também que nem toda segunda-feira temos sorte de receber beijinhos carinhosos em pleno meio-dia.

Porque apesar de toda a fama, a segunda-feira é qualquer coisa como a esperança de um bom recomeço.
E a isso sou grata.