quinta-feira, 30 de abril de 2009

Um ano de querer bem.

É isso. :)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Faço rituais para não esquecer o passar dos tempos.Quando há silêncio, rabisco uma carta;quando há sufoco,também.E não me desespero no desencontrar das linhas.Antes da madrugada de hoje,espero ainda encontrar fotos e nelas, memórias imperecíveis.Já vasculhei cartas,bilhetes, versos: tudo em um refrescar sutil, de dedilhar palavras assim.Certas coisas costuro na pele,uma espécie de aroma impregnado,um momento de alinhar o que tenho.Faço rituais,então: e não esqueço que já é hora de.

sábado, 25 de abril de 2009

Uma hora da manhã. Regina Spektor embala essa madrugada iniciada em frente ao computador. Hoje é dia 26 de abril e faz um ano. Há um ano atrás era uma dia de sábado e assistia uma aula de gramática pela manhã. Sim, faz um ano. Faz um ano que sentei ao lado dele - e dessa vez não ofereci biscoito. E ele saiu, assim, depois de um beijo, e um ei, me dá seu e-mail. Pois. E a tarde de sábado estava fechada: não tinha mais um espacinho para estudo, para televisão, computador ou telefone. Ou o que fosse. E dessa mesma maneira, meus dias passaram iguais durante um ano. Uns dias mais longos e demorados, depois de um almoço e uma soneca tão desperta quanto. Uns dias mais curtos, tomados pelo estudo. Uns dias birrentos, quando só queria mesmo era dengo. Uns dias de boemia, entre uma cerveja e outra, risadas soltas, manias. Uns dias de saudade, de querer se ver e de não poder. Uns de gritar à toa, de briga sem motivo. Uns dias de chuva:meus favoritos. Uns dias de piadinhas bobas, outros de palavras mais bobas ainda, ao telefone. Uns de eu te amo, outros de eu te quero. Uns de de vamos fugir, outros de vamos ficar. Uns de amor e outros de amor também. E fica assim. Tempo vai. Tempo passa. Uma hora da manhã.Regina Spektor ainda no som. Tempo vai. Tempo passa. Ele fica, permanece e embala essa madrugada.
Algumas coisas, de fato, são assim. Assim mesmo: difícil de esquecer, de dormir sem pensar, de apagar do pensamento. Ainda agora, desisto; nem mais tento. Cabelos curtos, cigarros e uma cafeína impregnada: antigüidades.Não mais.Retornam fácil, fácil. Talvez não tivesse abandonado nunca essas necessidades tão pueris. Coisas bobas, mesmo. dobrar papéis, fazer pulseiras e brincar de arte: é desejo, vontade. Com um tempo tão acabrunhado, sem jeito, ando sem escrever, sem poetar, sem ler, sem mim. Saudade do tempo: tempo esticado, de preguiça, pra alongar e deixar até o alvorecer, sem piscar. Sem arrependimentos. Pensei ser possível tragar o tempo e desdobrá-lo com as mãos. Pensei ser possível tocar com as pontas dos dedos suas horas translúcidas e efêmeras e capturar os minutos com suspiros. Pensei ser possível. Devaneios, delírios. Pensei ser possível: deixar esse mesmo tempo atravessar a rua, lado a lado, enquanto o segurava, ainda que bruscamente, e escapulia, como quem ama o desespero, a agonia.Depois de debruçar meus olhos em papéis azuis milimetricamente recortados, chegou a hora de produzir estrelas: um presente para um outro tipo de estrela. Iluminada.

domingo, 12 de abril de 2009

O cinza do céu
de São Paulo
é poeira ou é
nuvem cor
de asfalto?
Imagina, invagina:
umidade, lá, quente
saudade da menina
que está ausente
na nova sina.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Cabeça ao vento,
pensamentos frescos:
nem paz,
nem tormento.