terça-feira, 5 de maio de 2009

Chove muito. E me sinto em casa.Durmo com uma orquestra e acordo com uma serenata: tudo preparado minunciosamente para durar e permanecer. E permanece. Não maldigo os dias chuvosos: eles são meus e me sinto em casa. A cor cinza que pincela o céu é o desdobramento dos delírios que tenho ao anoitecer. Hoje chove com uma vontade assustadora de despertar. Ouço crianças gritando na creche que fica ao lado da minha casa e me distraio. Elas fazem parte do coral preparado minunciosamente para durar e permanecer. E permanece. Os transtornos causados pela chuva estão nas capas de jornais. A água toma conta do asfalto, das ruas, de mim. Mas isso não sou motivo para notícia. Porque chove muito e me sinto em casa.

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