terça-feira, 31 de março de 2009

Assim como anoitecer, fecho meus olhos imaginando musicar os suspiros azuis e longos. Permito janelas abertas e luzes acesas até o amanhecer. Iluminada, delirante, sigo com as promessas feitas ao longo da última temporada: conversas divinas,senhor. Ainda não terminei de arrumar meu peito que bate assim, assim. É bagunça tanta que desconverso enquanto posso. Tranco os batuques e retorno ao ponto inicial: assim como anoitecer. Não soube o que fazer com as horas que vagaluminavam meus dias. Capturei algumas; outras, deixei escapar. Dedos trêmulos e incertos tateavam cegos pequenas asas que debatiam-se sonoras frente a meus olhos infindos. A luz me abraça e clareia medo de memórias infantis. Não traço limites para essa casualidade astrológica: é choque de previsões não escritas. Acaso que prefiro não discutir, acaso que dita a mim, acaso que é, porque sendo acaso, é assim. As madrugadas espreguiçam-se na janela em um frescor matinal: assim como anoitecer, retorno ao princípio. E sei que estou presa as horas mornas desde o início.

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